Lisboa, 02 out 2015 (Ecclesia) – O Vaticano recebe a partir de domingo os mais de 400 participantes no Sínodo dos Bispos que durante três semanas debater a situação das famílias, na Igreja e na sociedade.

A assembleia convocada pelo Papa prossegue os trabalhos da reunião extraordinária de 2014, procurando centrar o debate numa dimensão mais propositiva e menos polémica, para sublinhar a importância das famílias, com uma abordagem de “misericórdia” pelas que vivem maiores dificuldades.

As propostas e questões centrais da reunião consultiva de episcopados católicos estão presentes no documento de trabalho (instrumentum laboris), após nova consulta aos católicos de todo o mundo.

O documento procura superar a aparente divisão entre “doutrina” e “misericórdia” que marcou alguns dos debates, afirmando que “a misericórdia é verdade revelada”.

“Para a Igreja, trata-se de partir das situações concretas das famílias de hoje, todas necessitadas de misericórdia, a começar pelas que mais sofrem”, assinala o texto.

Antes de partir para o Vaticano, D. Manuel Clemente disse nas Jornadas Nacionais de Comunicações Sociais, que decorreram em Fátima, que os media deram grande relevância aos trabalhos de 2014, “focando especialmente – muitas vezes unilateralmente – alguns tópicos, como o acesso dos divorciados recasados aos sacramentos, ou o acolhimento das pessoas com inclinação homossexual”.

“Sente-se alguma pressão mediática no sentido de os retomar na próxima assembleia sinodal: importa perceber que ela já não incidirá sobre os ‘desafios pastorais da família’, mas sim sobre ‘a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’”, precisou o cardeal-patriarca.

Fonte: Ecclesia