Lendo os evangelhos percebemos com relativa facilidade que toda a espiritualidade de Jesus era voltada para a missão que o Pai havia lhe dado. Esta missão tinha um carácter reconciliador e uma abrangência universal (2Co 5.18, 19; Cl 1.20).

Podemos dizer que espiritualidade é a maneira como a nossa fé se expressa no quotidiano. Na condição de discípulos e discípulas de Jesus nós somos desafiados, constantemente, a voltarmos nossos olhos para ele e considerarmos a sua espiritualidade como um modelo a ser aprendido e imitado.

Podemos citar aqui alguns aspectos da espiritualidade de Jesus que se manifestavam em sua Caminhada de serviço e missão:

– Oração e busca contínua por discernir a vontade do Pai;

– Prática do amor solidário a todos, sem discriminação;

– Comunhão em volta da mesa e a partilha do pão;

– Proclamação das boas novas do Reino de Deus;

– Paixão radical pela missão.

 

Foi assim, de maneira naturalmente sobrenatural, que Jesus ensinou a seus discípulos que missão não se resume a um “projeto”, mas sim que deve ser o “estilo de vida” de todo aquele que o segue. Ou seja, todo cristão deve ser “sal e luz” em todos os lugares e por meio de tudo o que faz. E, francamente, o que nos impede de “salgar e iluminar” mais esse mundo não é a desconstrução de absolutos, o relativismo e a pluralidade religiosa de uma sociedade pós-moderna ou as distâncias geográficas e a falta de recursos econômicos e humanos. O que impede mesmo muitos cristãos de viverem missionariamente é a falta de senso de missão.