“Com Deus, a vida recomeça sempre!”, garantiu D. Manuel Clemente na homilia da Missa no dia dedicado ao fundador do escutismo, Baden-Powell. Perante um pavilhão repleto de centenas de escuteiros de todas as idades, o novo Cardeal, que também é escuteiro, referiu que a proximidade, própria do escutismo, com a criação, leva a acreditar que, perante os problemas, “existe sempre um arco-íris, que é sinal de que Deus não desiste”. “Nós estamos sempre do lado de Deus, da criação, da resolução das coisas. Nós nunca estamos do lado da dificuldade, mas sempre do lado da solução. Ele é o criador constante que nunca se cansa de criar e recriar todas as coisas no mundo. Nós, escuteiros, que estamos tão perto da criação sabemos que com Deus, criador de tudo e de todos, a vida vai sempre em frente. Por isso, nós também não desistimos. Estamos com Jesus Cristo que vence qualquer desistência, para ir até ao fim que é o cumprimento da vontade de Deus que é o bem de todos e para todos e dando a vida por isso”, encorajou o Cardeal-Patriarca.Na celebração que foi organizada pelo núcleo escutista ‘Solarius’, da Região de Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou o exemplo de Aristides de Sousa Mendes, “católico convicto”, que não teve medo de “comprometer a sua carreira” para cumprir a vontade de Deus. “Esta escola chama-se Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal, em Bordéus, França, no período da grande perseguição aos judeus. Mesmo resistindo às ordens de Lisboa, conseguiu salvar muitos milhares de judeus, arriscando, pelo menos, a sua carreira. Disse que fez isso por causa da sua consciência cristã e que tinha aprendido com Jesus Cristo que não se pode desistir quando se trata de cumprir a vontade de Deus”. Os escuteiros “aprendem com Jesus Cristo que ganhar a vida é dá-la”, referiu. “E quanto mais nós a damos no serviço aos outros, como aprendemos nos nossos bandos, patrulhas e equipas, mais a ganhamos. A vida só se ganha quando se dá! Quando se sai de si, para ir ao encontro dos outros porque aí já é a própria vida de Deus em nós”, apontou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, encorajando os presentes a “irem por diante”: “Deus está connosco! Não há medo! Há um mundo inteiro para reconstruir!”.