- Manuel Clemente diz que faltam sacerdotes à Igreja Católica.
Numa carta escrita a todos os fiéis do Patriarcado a pedir que rezem pelas vocações à vida religiosa.
“Trata-se de algo fundamental e que nos compromete a todos. Porque faltam ministros ordenados, especialmente sacerdotes, para servirem as comunidades como sacramentos visíveis de Cristo Pastor; e porque faltam irmãos e irmãs que, pelos votos e pela vida, sejam sinais convincentes do absoluto de Deus e da entrega total ao seu serviço”, escreve o Patriarca, a propósito do 52º dia de oração pelas vocações, que se assinala a 26 de Abril.
Dados recentes revelados pela Igreja Católica mostram que tem havido um crescimento global do número de padres e religiosos, embora isso não se aplique à Europa, onde a realidade tem sido a inversa.
D. Manuel lamenta que se tenha diluído, entre os fiéis, “a dimensão vocacional da existência cristã.”
“Na sensibilidade comum, a vida é encarada mais como realização à escolha do que como resposta a um apelo de Deus e dos outros, que nos esperam. Mais como da vida para mim, insaciavelmente, do que de mim para a vida do mundo, disponivelmente. E o pior é que ficamos tristes por não termos tudo, quando só seríamos felizes se nos fizéssemos tudo para todos, segundo a vontade de Deus”, diz ainda.
Por fim, o Patriarca questiona até que ponto os jovens católicos e as suas famílias têm abertura para acolher o chamamento de Deus: “Quantos dos nossos adolescentes e jovens são estimulados a ouvir o chamamento divino, que lhes indicaria o que Deus espera deles e absolutamente os realizaria?”
Segundo os dados do anuário da Igreja Católica, divulgados na semana passada, há mais de 415 mil padres em todo o mundo, um aumento de 2,2% nos últimos 10 anos.
O crescimento desde 2005 é mais acentuado em dois continentes, África (+29,2%) e Ásia (+22,8%), em contraste com a quebra de 7,1% na Europa e de 10,4% na América do Norte.
Em relação a Portugal, a mais recente edição do ‘Anuário Católico de Portugal’ revela uma quebra no número de sacerdotes: de 2880 padres diocesanos no ano de 2007 para 2661 em finais de 2011, menos 7,6%.
Fonte: Rádio Renascença