FESTA DA PADROEIRA

ACONTECIMENTO QUE SE REPETE

Ai está pela terceira vez a festa da nossa Padroeira: Nª Sª dos Remédios. Pelo pouco tempo da sua celebração, entre nós, parece-nos ainda uma novidade; mas pela vivência tradicional que ela traduz, revela-se já um acontecimento antigo.

Iniciada 1988, faz parte do património social e religioso da Bobadela. Vamos, pois, vivê-la com fé e alegria

 

VIVER O PRESENTE, OLHANDO O PASSADO

 A festa é uma herança recebida do passado, que nos faz celebrar a tradição e beber, nas fontes do património, a riqueza que as gerações nos legaram.

Dizem os sociólogos que as festas populares “nos fazem descer às raízes e regressar às origens”, ao mesmo tempo que “nos ajudam a tomar consciência da nossa identidade “, são uma espécie de “entrada no seio materno comum” onde vamos buscar a vida para as nossas relações sociais e forças para a vivência da nossa fé.

Duas realidades se entrecruzam na festa: o social e o religioso. São as duas expressões com cada pessoa humana traduz o que é: cidadão e filho de Deus. A festa acontece como “acontecimento de sociabilidade”, onde irrompe a vida das nossas relações com os outros, para a construção da sociedade, e a “vivência da fé” onde todos nos revelamos seres abertos ao infinito”.

 

A FESTA E A NOSSA CAMINHADA

Na festa, o individuo prolonga-se, para lá de si mesmo, deixa-se embrenhar no colectivo . Vive um pouco fora de si. Entra na exaltação colectiva.

Mas encontra também  maneiras de traduzir a sua caminhada para Deus. De certo que, em alguns, muito lúcida e comprometida, ao passo que noutros, ainda muito débil mas sincera. A festa ajuda-nos a definir a nossa caminhada para Deus.

Com aparente regresso ao passado, que é o contacto com o tradicional, a festa não é fenómeno estático. Abre-nos ao futuro. A alegria da festa, recria a vontade de viver ; dispõe as pessoas a recomeçar ; promove forças de creatividade.  Para os puritanos, a festa popular é um desperdício e um desvio . Para os responsáveis, ela é um meio de sociabilidade e evangelização, onde se faz uma chamada pública aos valores fraternos e espirituais.

 

O PAPA FALA DAS FESTAS

 João Paulo II  dá as directrizes a seguir:  “Não se podem ignorar, nem tratar com indiferença, nem desprezo, aquelas manifestações de piedade popular e de devoção que ainda estão vivas no povo cristão…

Traduz em si uma certa sede de Deus, que somente os simples sabem experimentar; ela torna as pessoas capazes de terem rasgos de generosidade e predispõe-nos para o sacrifício, até ao heroísmo.

Num país de antigas tradições cristãs, as manifestações religiosas populares têm um carácter cristão que não se pode negar. Muitos costumes deste país nasceram das festas da Igreja e ainda estão ligados a elas.

O melhor remédio contra os desvios sempre possíveis, é permear estas manifestações de piedade popular com a palavra do Evangelho” (Roma, 24.IV.86).

 

TODOS SÃO NECESSÁRIOS NA FESTA 

Na referência  sociológica, a festa revela uma realidade que está para além de toda a verificação experimental, mas deixa marcas nas relações sociais e no intercâmbio que possibilita. Faz interligar as gerações: os novos e os velhos as crianças e os jovens. Fá-los experimentar a  vivência do povo. Ao mesmo tempo que as faz mergulhar na tradição, prepara-os para o futuro

Diante da festa, ninguém fica indiferente. Há os promotores, os actores e os promotores. Também há os críticos e os que ficam apenas a “ver passar a procissão”. Mas sem eles, o espectáculo ficaria vazio. As festas são um sinal de respeito pela tradição, um modo de viver a fé na rua, diante de todos. São um fermento de integração das gerações e um desafio a enfrentar com coragem e espírito criativo o futuro.

Da festa nos vêem as riquezas humanas e as riquezas cristãs. Importa, como o sábio do Evangelho, “saber tirar do seu tesouro coisas velhas e coisas novas”.

 

Aos habitantes da Bobadela e seus Bairros

 Estimados Paroquianos:

Desde a criação da Paróquia da Bobadela, há cinco anos, nasceu em nós a ideia de construir a Igreja Paroquial, dedicada a Nossa Senhora dos Remédios. Consolidou-se, com o encerramento do portão do Bairro da Petrogal, que muito tem limitado a nossa caminhada de Paróquia.

Por isso, este propósito tomou corpo, na festa que o ano passado realizámos, pela primeira vez, em honra da nossa Padroeira.

Verificamos que é uma obra necessária porque sem ela não podemos ser uma Paróquia plenamente realizada.

É um empreendimento, confiado à nossa geração, que ficará a testar a testar a nossa fé e a nossa coragem.

Mas, sabemos que é possível, pois também outras populações o têm conseguido.

Como é natural, vai ser o monumento mais importante da nossa terra e também aquele que há-de  honrar todos os bobadelenses , ao longo dos tempos.

Mas, uma tal obra, só pode chegar ao seu termo, com o apoio de todos nós, e com os auxílios oficiais que havemos de conquistar.

Venho, Pois, solicitar a vossa preciosa colaboração, para que nos mármores das suas paredes, fique bem expressa a nossa ousadia de cristãos e a nossa coragem de amigos dedicados da Bobadela.

Colaborai com as vossas dádivas, presentes e sugestões, para que possamos levantar este templo que virá a ser também um pequeno santuário de Nossa Senhora dos Remédios, na Bobadela.

Conto com o vosso entusiasmo e o vosso apoio. Expressai-o, generosamente, neste apelo que vos dirijo. Oxalá Deus e a nossa Padroeira nos encontrem sempre unidos e corajosos neste empreendimento que queremos levantar em sua honra.

 

O que queremos construir:

  • Igreja Paroquial

Espaço destinado ao culto e serviços paroquiais. Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, na Bobadela.

  • Casa Mortuária:

Anexo indispensável, onde possamos, com dignidade e conforto, velar os nossos mortos.

  • Salão Paroquial:

Local amplo, destinado aos nossos encontros recreativos, culturais e de formação, que poderá ser também um espaço polivalente para o desporto.

  • Centro Social:

Conjunto próprio, onde as nossas crianças, jovens e idosos, possam conviver e receber o nosso conforto e carinho.

  • Centro Comunitário:

Espaço, com salas para cada grupo, e locais de reunião, catequese e convívio cristão.

  • Residência Paroquial:

Espaço simples e confortável , onde Párocos futuros da Bobadela possam viver, para dar acolhimento e atender todos os paroquianos.

 

Etapas que vamos percorrer:

 

  • Recolher fundos
  • Elaborar o Projecto
  • Conseguir a sua aprovação de:

-Secretariado das Novas Igrejas

-Junta de Freguesia

– Câmara Municipal

– Ministério das Obras Públicas

  • Obter comparticipação do Estado
  • Preparar o terreno
  • Iniciar a obra e continuá-la por fases sucessivas.

 

Querendo construir, dentro destas exigências, não se pode ir para o provisório ou o ilegal, sob pena de se perderem as comparticipações, que se aproximam sempre de 60% do custo total.

Todos unidos e decididos havemos de consegui-lo. Conto convosco.

Pe. João de Brito Atanásio