Lisboa, 25 dez 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa convidou hoje os cristãos a serem “sinais” junto dos mais pobres e frágeis, durante a homilia da Missa de Natal a que presidiu na Sé da capital portuguesa.

“Seremos ‘sinais’: Sinais da glória de Deus neste mundo, porque, com Cristo e no Espírito de Cristo, reviveremos o mesmo ‘sair de si’, o mesmo encontrar-se nos outros e para os outros, sobretudo os mais pobres e frágeis”, declarou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, há muitos católicos que “nas famílias, nas comunidades, nos hospitais, nas prisões e nas ruas” da cidade, “sem mediatismo nem espavento, reproduzem hoje o Natal de Cristo”.

“Mais, muito mais, do que obter qualquer glória caduca, sabe-se lá à custa de quê e de quem, pretendamos a glória perene que é amor divino, do Presépio à Cruz, e apenas à custa do nosso egoísmo ultrapassado”, disse ainda.

Durante a homilia, o cardeal-patriarca lembrou ainda o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, que se traduz em “corações decididamente voltados para tudo quanto seja pobre, carente e frágil”.

Já na celebração da véspera, durante a Missa do Galo, D. Manuel Clemente lembrou a autenticidade do Natal, face à “contrafação consumista” da época.

“Pois, dizendo-nos católicos cerca de oitenta por cento dos portugueses, como se exprime isso mesmo na cenografia que criamos? No Evangelho contemplamos um Menino em Família, vemos pastores que chegam e até ouvimos cânticos angélicos”, afirmou.

“Não há ‘pais natais’ com sacos de presentes – pobre contrafação consumista do verdadeiro São Nicolau, um antigo bispo que deixou boa memória de amigo de pobres e crianças. Onde deparamos com a representação autêntica do Natal de Cristo, como foi então e importava agora?”, questionou ainda.

Fonte: Ecclesia

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