“É importante que a catequese não seja teórica”

No âmbito da visita “ad limina” dos bispos portugueses ao Vaticano, o Papa pediu propostas convincentes para os jovens portugueses.
Na entrevista à Renascença, o Papa Francisco concretiza o seu pensamento e fala da necessidade de uma nova catequese. “É importante que a catequese não seja puramente teórica. Isso não serve. A catequese é dar-lhes doutrina para a vida e, portanto, tem de incluir três linguagens, três idiomas: o idioma da cabeça, o idioma do coração e o idioma das mãos”.
O Papa defende que a catequese deve assumir estas linguagens para “que o jovem pense e saiba qual é a fé, mas que, por sua vez, sinta com o seu coração o que é a fé e, por sua vez, faça coisas. Se falta à catequese uma destas três línguas, destes três idiomas, não avança”, resume.
Argumenta que “a metodologia catequética, às vezes, não é completa”, pelo que defende que é necessário “procurar uma metodologia da catequese que junte as três coisas: as verdades que se devem crer, o que se deve sentir e o que se faz, o que se deve fazer, tudo junto”.
O Papa Francisco defende o respeito pelos tempos dos jovens, através de um acompanhamento “oportuno e prudente”. Para o Papa, “um jovem é inquieto. Não quer que o incomodem e, nesse sentido, pode-se dizer que ‘o vestido da primeira comunhão não lhes serve’. As crianças, pelo contrário, quando vão comungar, gostam do vestido da primeira comunhão. É uma ilusão. Os jovens têm outras ilusões que, muitas vezes, são muito boas, mas há que respeitar, porque eles mesmos não se entendem, porque estão a mudar, estão a crescer, estão à procura, não é? Por isso, é preciso deixar o jovem crescer, há que o acompanhar, respeitar e falar-lhe muito paternalmente”.

Fonte: Rádio Renascença