Lisboa, 11 de Dezembro 2014 (Ecclesia) – O ‘Yad Vashem’, Memorial do Holocausto de Jerusalém, decidiu outorgar o título de ‘Justo entre as Nações’ ao padre Joaquim Carreira, vice-reitor e reitor do Colégio Pontifício Português, de Roma, entre 1940 e 1954.
A declaração do Yad Vashem é divulgada hoje pelo blogue especializado em temática religiosa ‘Religionline’, recordando alguns dados biográficos do sacerdote católico nascido em 1908 numa aldeia próxima de Fátima, um ordenado padre em 1931 e formado na pilotagem de aviões.
Em 1940, já em plena II Guerra Mundial, mudou-se para Roma, que viriar a ser ocupada pelos nazis em Setembro de 1943.
Monsenhor Joaquim Carreira ofereceu abrigo a várias pessoas perseguidas pelos nazis, incluindo três membros da família Cittone.
No relatório da actividade do Colégio, o padre Carreira escreveu: “Concedi asilo e hospitalidade no colégio a pessoas que eram perseguidas na base de leis injustas e desumanas”.
A decisão do Yad Vashem foi tomada a 4 de Setembro pelo seu Departamento dos Justos, mas só agora divulgada.
O título de ‘Justo entre as Nações’ é usado pelo ‘Yad Vashem’ para designar as pessoas que salvaram judeus durante o Holocausto, arriscando as suas próprias vidas e é a maior distinção concedida por Israel a pessoas que não professam a fé judaica.
Monsenhor Joaquim Carreira passa a ser o quarto português a ser declarado ‘Justo’, depois de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus; Carlos Sampayo Garrido, embaixador de Portugal na Hungria; e José Brito Mendes, operário português casado com uma francesa e residente em França, que salvou uma menina, filha de judeus.
As pessoas declaradas ‘Justo entre as Nações’ são distinguidas com uma medalha e um certificado de honra, além de verem os seus nomes inscritos no mural de honra do Jardim dos Justos, do Yad Vashem – onde uma pequena floresta de árvores homenageia também os seus nomes.
Segundo o ‘Religionline’, a entrega do diploma do padre Joaquim Carreira – que será recebido por familiares do sacerdote – vai ocorrer na primeira metade de 2015, na Embaixada de Israel em Lisboa.
Fonte: Ecclesia