Francisco participou em celebração litúrgica no «Vaticano» da Igreja Apostólica dos arménios
Arménia, 26 junho 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje na Arménia que a divisão entre Igrejas cristãs é um “escândalo” e apelou à unidade de todas, em nome dos que “sacrificaram a vida pela fé”.
03“Acolhamos o apelo dos Santos, ouçamos a voz dos humildes e dos pobres, das inúmeras vítimas do ódio que sofreram e sacrificaram a vida pela fé; prestemos ouvidos às jovens gerações, que pedem um futuro livre das divisões do passado”, sublinhou Francisco, numa saudação aos participantes na “Divina Liturgia” presidida pelo patriarca supremos dos arménios, o ‘catholicos’ Karekin II.
À imagem do que tinha feito em 2014 na sua passagem pela sede do Patriarcado de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), com Bartolomeu I, Francisco pediu que Karekin II o abençoasse a sai e à Igreja Católica na “corrida rumo à plena unidade”.
O Papa evocou a “multidão de mártires” que a Igreja Arménia canonizou em 2015, no centenário dos massacres perpetrados durante a I Guerra Mundial pelo Império Otomano, e pediu que estes acontecimentos sejam iluminados pela “luz do amor que perdoa e reconcilia”.
A celebração decorreu na Praça de São Tiridates, em Etchmiadzin, localidade considerada como o ‘Vaticano’ da Igreja Apostólica Arménia.
Francisco falou da cerimónia como “ponto culminante” da sua “inesquecível” visita, iniciada na sexta-feira, destacando tudo o que aproxima a Igreja Católica e a Igreja Apostólica Arménia na sua “aspiração concreta à plena comunhão”. “Que o Espírito Santo faça dos crentes um só coração e uma só alma: venha refundar-nos na unidade”, rezou. A Igreja Apostólica Arménia separou-se da Igreja Católica após o Concílio de Calcedónia, em 451. O Papa considerou a unidade para superar as divisões entre cristãos “não deve ser submissão de um ao outro nem absorção”. “Neste domingo santo, sigamos o chamamento de Deus à plena comunhão e aceleremos o passo rumo a ela”, apelou.
O último compromisso da viagem pontifícia é uma oração ecuménica no Mosteiro de Khor Virap, junto à fronteira turca e ao Monte Ararat – no qual o primeiro livro da Bíblia diz que pousou a Arca de Noé -, com a libertação de duas pombas brancas, símbolo da paz.
O país recebeu um Papa pela primeira vez desde a visita de João Paulo II, em 2001. Ainda em 2016, Francisco regressa ao Cáucaso para visitar a Geórgia e o Azerbaijão, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro.
Fonte Ecclesia